DO CAFÉ À SOJA: A REPRODUÇÃO BRASILEIRA DA ESTRUTURA AGRÁRIA ARTICULADA A PARTIR DE FLORESTAN FERNANDES
DOI:
https://doi.org/10.22171/rej.v21i34.2942Resumo
este artigo almeja estudar as origens do agronegócio brasileiro e sua reprodução na estrutura agrária e social, a partir do conceito de dupla articulação, proposto pelo sociólogo Florestan Fernandes na obra A Revolução Burguesa no Brasil, publicada em 1974, como forma de compreender a dinâmica capitalista no campo, sua reprodução dentro do capitalismo depende e sua relação com a industrialização e com a burguesia brasileira. Pautando-se em uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica e com marco teórico fixado em Florestan Fernandes, busca-se verificar a aplicabilidade do conceito de dupla articulação ao modelo de agronegócio brasileiro, o qual após sua industrialização, aparenta o mesmo comportamento da indústria nacional conforme descrição apresentada por Florestan Fernandes na referida obra. O presente artigo se justifica pela necessidade de compreender a formação e desenvolvimento do capitalismo brasileiro, o qual impõe pela dupla articulação um modelo limitado de desenvolvimento industrial e agropecuário, voltado a atender as necessidades do mercado externo e a ele sujeito, de modo que esta limitação, da mesma forma que impede o desenvolvimento de uma Revolução Burguesa tal como a francesa, também impõe um modelo agropecuário que ignora as necessidades do próprio povo. Ao final conclui-se pela similaridade dos efeitos da industrialização urbana e rural, diante da aplicabilidade do conceito de dupla articulação ao processo desenvolvimento do capitalismo dependente no campo, o qual também reforça a limitação do desenvolvimento agrário.