VELHOS NOVOS DESAFIOS PARA O PENSAMENTO LIBERAL

Autores

  • Fernando Adolfo Iglesias

Palavras-chave:

Liberalismo, Capitalismo, Desafios contemporâneos

Resumo

O pensamento liberal tradicional baseia-se na prevalência dos direitos e projetos individuais sobre os coletivos, e na economia capitalista de livre iniciativa sobre modelos estatais. Historicamente, o liberalismo reformou o Ancien Régime, rivalizando com o conservadorismo e, mais tarde, colaborando com a social-democracia. A queda do Muro de Berlim foi vista como a vitória definitiva do liberalismo e do capitalismo, mas essa trajetória não se manteve linear. Hoje, o capitalismo é amplamente aceito como o melhor sistema de produção de riqueza, mas enfrenta novos desafios decorrentes da globalização e das tecnologias exponenciais. A difusão ilimitada do conhecimento científico, essencial para a modernização, agora também apresenta ameaças, como o uso de armas de destruição em massa. Exemplos incluem a Coreia do Norte de Kim Jong-un e a proliferação potencial de tais conhecimentos através da inteligência artificial, questionando como controlar esses avanços sem limitar a ciência. Além disso, gigantes corporativos como Google e Amazon possuem um poder comparável ao de estados, ameaçando a privacidade e as liberdades individuais. O pensamento liberal deve então revisitar seus fundamentos para enfrentar novos desafios, incluindo a concentração de poder econômico e a necessidade de regulamentações globais anti-truste. Isso exige uma reflexão profunda sobre como preservar a liberdade de empreendimento enquanto se evita a tirania corporativa, comparável ao controle estatal descrito por Orwell em "1984". O liberalismo precisa de uma nova visão global, possivelmente inspirada na ideia de uma Constituição da Terra baseada na divisão de poderes e no federalismo, para continuar relevante e inovador no século XXI.

 

Biografia do Autor

Fernando Adolfo Iglesias

Deputado, escritor e jornalista especializado nos aspectos políticos da globalização.

Referências

ALBERDI, J. B. El crimen de la guerra. Buenos Aires: Losada, 2016.

FIELDHOUSE, D. K. Los imperios coloniales desde el siglo XVIII. Madrid: Siglo XXI, 1986.

HAYEK, F. The economic conditions of interstate federalism. New Commonwealth Quarterly, 1939.

HAMILTON, A.; MADISON, J.; JAY, J. The Federalist Papers. Oxford: Oxford University Press, 2008.

HOBSBAWM, E. Industria e imperio. Madrid: Ariel, 1982.

KANT, I. Hacia la paz perpetua. Buenos Aires: Ladosur, 1795.

KURZWEIL, R. The Singularity is Near: When Humans transcend biology. Londres: Viking Books, 2005.

MOMSEN, W. J. La época del imperialismo. Madrid: Siglo XXI, 1971.

MONTESQUIEU. Del espíritu de las leyes. Madrid: Altaya Editorial, 1993.

MINOGUE, K. R. Nationalism. Nova Iorque: Basic Books, 1967.

NINO, C. S. El constructivismo ético. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1989.

POPPER, K. R. La miseria del historicismo. Buenos Aires: Alianza, 1992.

RAWLS, J. Una teoría de la justicia. Buenos Aires: FCE, 1974.

ROBBINS, L. Economic Planning and International Order. Londres: McMillan, 1937.

ROBBINS, L. The economic causes of War. Nova Iorque: Howard Fertig, 1968.

SEN, A. The Idea of Justice. Cambridge (Mass.): Harvard University Press, 2009.

Downloads

Publicado

2024-11-27

Como Citar

ADOLFO IGLESIAS, F. VELHOS NOVOS DESAFIOS PARA O PENSAMENTO LIBERAL. Revista de Estudos Jurídicos da UNESP, Franca, v. 28, n. 47, p. 13–31, 2024. Disponível em: https://periodicos.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/4482. Acesso em: 2 dez. 2024.

Edição

Seção

Cidadania Civil e Política e Sistemas Normativos