MÚSICA E POLÍTICA: PARADOXOS DA HISTÓRIA SOCIAL DA MÚSICA
DOI :
https://doi.org/10.18223/hiscult.v10i2.3426Résumé
O presente estudo pretende identificar – sobretudo em aspectos das obras de Theodor W. Adorno e de Françoise Escal – alguns dos principais elementos de base teórico-metodológica empregados por autores que utilizam os critérios da sociologia da música aplicados à história social da música para, então, apontar alguns dos problemas e paradoxos advindos de tais concepções para a interpretação da importância sociopolítica e histórica da música. Basearemos nossa crítica, na sua maior parte, em aspectos do pensamento do filósofo francês Jacques Rancière que tratam da relação entre arte, estética e política – principalmente do que tange ao uso de “regimes de identificação da arte” para caracterizar as racionalidades que estão ligadas a determinada concepção de música.
Références
ADORNO, Theodor W. Epílogo – Sociologia da Música. In: _____. Introdução à Sociologia da Música. São Paulo: Editora Unesp, 2011a. p. 399-414.
ADORNO, Theodor W. Filosofia da Nova Música. São Paulo: Perspectiva, 2011b.
ADORNO, Theodor W. Nachwort. Musiksoziologie. In: _____. Einleitung in die Musiksoziologie. Zwölf theoretische Vorlesungen. Frankfurt Am Main: Suhrkamp, 1975a. p. 258-269.
ADORNO, Theodor W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: _____. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 65-108 (Coleção “Os Pensadores”).
ADORNO, Theodor W. Philosophie der neuen Musik. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1975b.
ADORNO, Theodor W. Über den Fetischcharakter in der Musik und die Regression des Hörens. Zeitschrift für Sozialforschung, Paris, Jahrgang VII, Heft 3, p. 321-356, 1938. Disponível em: https://www.kritiknetz.de/images/stories/texte/Zeitschrift_fuer_Sozialforschung_7_1938.pdf. Acesso em: 15 jan. 2021.
BAIA, Silvano F. A historiografia da música popular no Brasil (1971-1999). Tese de doutorado em História Social. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2010.
CONTIER, Arnaldo Daraya. Brasil Novo. Música, nação e modernidade: os anos 20 e 30. Tese de Livre-Docência em História Social. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1988.
ESCAL, Françoise. Espaces sociaux. Espaces musicaux. Paris : L’Harmattan, 2009.
HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
HEGEL, Georg W. F. Cursos de Estética, volume I. São Paulo: EDUSP, 2001.
HEGEL, Georg W. F. Cursos de Estética, volume IV. São Paulo: EDUSP, 2004.
HEGEL, Georg W. F. Georg Wilhelm Friedrich Hegels Vorlesungen über die Ästhetik. Dritter Band. Berlin: Duncker und Humblot, 1838. Disponível em: http://books.google.com/books?id=bcIpxaBwfMUC&hl=&source=gbs_api. Acesso em 13 jan. 2021.
HEGEL, Georg W. F. Georg Wilhelm Friedrich Hegels Vorlesungen über die Ästhetik. Erster Band. Berlin: Duncker und Humblot, 1835. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=64peukh-AG0C&dq=hegels%20werke%20volume%2010&hl=pt-BR&source=gbs_book_other_versions . Acesso em 13 jan. 2021.
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade de julgar. Petrópolis: Vozes, 2016.
KANT. Immanuel. Kritik der Urtheilskraft. In: HARTENSTEIN, G. Immanuel Kant's Sämmtliche Werke. Fünfter Band. Leipzig: Leopold Voss, 1867. p. 171-500. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=ed4OAAAAIAAJ&pg=PP9&dq=HARTENSTEIN,+G.+Immanuel+Kant%27s+S%C3%A4mmtliche+Werke.+F%C3%BCnfter+Band.+Leipzig:+Leopold+Voss,+1867.&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiDudv6iMzoAhUBd98KHf6aCQUQ6AEIXTAF#v=onepage&q=HARTENSTEIN%2C%20G.%20Immanuel%20Kant's%20S%C3%A4mmtliche%20Werke.%20F%C3%BCnfter%20Band.%20Leipzig%3A%20Leopold%20Voss%2C%201867.&f=false>. Acesso em: 3 abr. 2020.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. Um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. São Paulo: Editora 34, 2000.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
RANCIÈRE, Jacques (org.). Louis Gabriel Gauny. Le philosophe plébéien. Paris : La Découverte/Maspero ; Saint-Denis : PUV, 1983.
RANCIÈRE, Jacques. A comunidade estética. Revista Poiésis, Niterói, n. 17: 169-187, jul. 2011. Disponível em: http://www.poiesis.uff.br/PDF/poiesis17/Poiesis_17_TRAD_Comunidade.pdf. Acesso em: 12 maio 2021.
RANCIÈRE, Jacques. A Noite dos Proletários. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: Ed. 34, 2005.
RANCIÈRE, Jacques. O Espectador Emancipado. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
RAYNOR, Henry. História social da música: da Idade Média a Beethoven. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
VOIGT, André F. Qual a importância de uma época? Anacronismo e história. Anos 90 (Online), Porto Alegre, v. 24, n. 46, p. 23-44, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.22456/1983-201X.74086>. Acesso em: 02 maio 2021.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.