O retrato das relações afetivas e sexuais da década de 1970:
O que podemos aprender em Dona Flor e seus dois maridos sobre a expressão cinematográfica nacional?
Palavras-chave:
Ditadura Militar; cinema nacional; memória.Resumo
O presente ensaio analisa o filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), dirigido por Bruno Barreto, como um reflexo das transformações sociais e interpessoais durante a Ditadura Militar no Brasil. Explorando as representações afetivas e a recepção crítica do filme, investigamos como a expressão cinematográfica interage com a leitura histórica. Ademais, pauta-se a discussão do papel cultural do cinema como meio de fundar e constituir a memória coletiva, bem como a interpretação de narrativas como essa através da vivência nacional no período ditatorial. A introdução do cinema enquanto fundamento histórico amplia o objeto de pesquisa de uma época e possibilita a revisão das ideias vigentes e o questionamento do status quo; a compreensão da arte, nesse sentido, configura a compreensão da história em si.