VOZES DE INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO EM OPOSIÇÃO À CRIAÇÃO DO ENSINO MUNICIPAL PAULISTANO (1956)
Palavras-chave:
municipalização do ensino, ensino primário, História da Educação PaulistanaResumo
O artigo apresenta a criação do ensino primário municipal paulistano, em 1956, e as vozes de intelectuais da educação que, utilizando elementos técnicos, desenvolveram um posicionamento político contrário a nova oferta de ensino na cidade de São Paulo. Neste momento histórico, o ensino municipal iria polarizar com as escolas estaduais, tendo parte da imprensa, em especial o jornal O Estado de S. Paulo, e núcleos intelectuais se posicionado contrários a municipalização proposta então pelo prefeito Wladimir de Toledo Piza. Evidencia-se que as estratégias e discursos na publicação objetivariam desenvolver uma oposição partidária aos chefes do executivo municipais que buscariam empreender a nova modalidade de ensino, tornando parcial o tipo de jornalismo praticado sobre a municipalização. Educadores renomados como Antonio de Almeida Jr. e Carlos Correa Mascaro foram importantes vozes de oposição em seus livros publicados no período de criação do ensino municipal na cidade de São Paulo. A análise retrata os argumentos dos autores e o contexto histórico apontado no posicionamento. Mascaro (1960), em especial, seria a partir da publicação de suas obras sobre o tema, utilizado como referencial para a História do Ensino Municipal Paulistano. Ponderamos que o autor era um sujeito atuante na causa, tendo uma visão que o próprio revisaria anos depois.
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