FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO E A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL: A EXPERIÊNCIA DA EMPRESA ALBRAS
Abstract
Este trabalho tem como base os resultados parciais da pesquisa de campo realizada para subsidiar a elaboração da dissertação de mestrado em Serviço Social na Universidade Federal do Pará-UFPA. Analisa a flexibilização das relações de trabalho na ALBRAS e a intervenção do Assistente Social. Considera-se que a importância deste trabalho para o Serviço Social é devido ao fato de ter sido observado mudança na intervenção profissional do Assistente Social em decorrência das demandas sociais provocadas pelas novas formas de organização do trabalho e do processo produtivo. Nos anos 80, a atuação do Assistente Social na referida empresa limitava-se ao gerenciamento de benefícios sociais voltados para a reprodução social dos seus empregados e/ou de sua família. Contudo, nos anos 90, com a globalização da economia, essa empresa reestruturou o processo produtivo (fornos semi-automáticos, tecnologia da informação, micro-eletrônica e a robótica) e introduziu novas formas de gestão da organização do trabalho (polivalência, qualidade total e terceirização). Para obtenção de maior lucro, as relações de trabalho foram flexibilizadas (trabalho em equipe e horário flexível) e novos princípios éticos pautaram as relações de trabalho conduzindo os empregados ao envolvimento com o negócio da empresa (produção de lingotes de alumínio) e ao compromisso com as metas de produção. Essa nova forma de gestão repercutiu na vida profissional/pessoal/familiar do trabalhador, o que gerou novas demandas sociais dos trabalhadores/família de ordem subjetiva e objetiva. No que tange ao aspecto subjetivo, contatou-se o aumento de situações como: depressão, instabilidade emocional (tristeza, agressividade), desgaste físico/emocional e dependência química. Enquanto que os aspectos de ordem objetiva observou-se com maior evidência: endividamento, demissão de trabalhadores, violência doméstica, separação conjugal, demissão “voluntária”, incentivo a aposentadoria, etc. Paralelamente à esse quadro o trabalhadores vivenciavam a instabilidade no emprego, o que exigiu um novo do perfil profissional do assistente social para responder as mudanças nas relações de trabalho ocorridas na referida empresa e novas formas de intervenção do Serviço Social foram requisitadas, a exemplo os programas e projetos voltados para a qualidade de vida no trabalho, novas forma de gerenciamento dos benefícios sociais, etc. Assim, a empresa enquanto um dos espaços sócio-ocupacional do assistente social na área de trabalho vem exigindo novos conhecimentos e habilidades profissionais para intervir nessas novas demandas determinadas pelas empresas no capitalismo contemporâneo.
PALAVRAS CHAVE: flexibilização das relações de trabalho. reestruturação produtiva. intervenção em serviço social.
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